quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Greve dos Bancários: Fenaban aceita retomar negociações nesta quinta-feira



Após 16 dias de greve nacional, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) rompeu nesta quarta-feira o silêncio e decidiu retomar as negociações com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Foi marcada nova rodada de negociação para esta quinta-feira, às 16h, em São Paulo. O agendamento ocorre um dia depois da reunião do comando nacional, que decidiu fortalecer e ampliar ainda mais as paralisações.
- Foi a força da greve, que paralisa mais de 9 mil agências de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal, que reabriu finalmente o diálogo e agora esperamos que os bancos venham para a mesa de negociações com uma proposta decente que atenda as justas reivindicações da categoria - afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do comando nacional.
A greve, que já é a maior da categoria nos últimos 20 anos, foi deflagrada no dia 27 de setembro, depois que as assembleias dos sindicatos rejeitaram a proposta feita pela Fenaban na quinta rodada de negociações de reajuste de 8%, o que, segundo o comando de greve, significa apenas 0,56% de aumento real.

Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, segurança contra assaltos e sequestros, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.
- Os bancos brasileiros são os que mais lucram na América Latina, no entanto pagam um piso salarial menor do que o recebido por argentinos e uruguaios, mas pagam bônus milionários para seus altos executivos, os maiores do continente - aponta Cordeiro.
Conforme pesquisa do Dieese e da Contraf-CUT, o salário de ingresso nos bancos no Brasil em agosto de 2010 era equivalente a US$ 735, mais baixo que o dos uruguaios (US$ 1.039) e quase metade do recebido pelos argentinos (US$ 1.432).
- Um país em que os altos executivos dos bancos chegam a ganhar até 400 vezes mais que o piso salarial da categoria não pode ser chamado de justo - sustenta o dirigente sindical. -Além disso, os bancos utilizam a alta rotatividade do mercado de trabalho, muito maior que em outros países, para reduzir a massa salarial dos bancários -denuncia.


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